Ao ser questionado novamente sobre o atraso nas obras do BRT (ônibus de trânsito rápido em inglês), o governador Mauro Mendes (União) "jogou" a culpa no ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), com o qual o gestor teve vários embates que terminaram com o adiamento do começo das obras do modal na Capital. O tema é alvo de discussão no Tribunal de Contas do Estado (TCE), com recomendação do presidente, conselheiro Sérgio Ricardo, para o rompimento do contrato.
Em entrevista à rádio Villa Real nesta quinta-feira (30), Mendes relembrou os problemas enfrentados para conseguir a autorização para o início da obra, o que só aconteceu após intervenção do Judiciário. "Emanuel atrasou em um ano o início das obras. Não emitia as autorizações. Ficou um ano atrapalhando o início da obra. A empresa tem razão e é preciso ter cuidado para eventual rescisão", afirmou o governador.
Inicialmente o prazo para a conclusão do BRT, com intervenções nas avenidas do CPA e Fernando Corrêa, em Cuiabá, e na FEB, em Várzea Grande, era outubro de 2024. Depois foi adiado para o segundo semestre de 2025 e agora não existe certeza nem mesmo se os trabalhos terminam em 2026.
O Consórcio BTR, formado pelas empresas Nova Engevix Engenharia e Projetos, Heleno & Fonseca Construtécnica e Cittamobi Desenvolvimento em Tecnologia, se defendeu alegando que a culpa do atraso também é do Governo e da Prefeitura, já que passou por problemas nas autorizações, além de erros nos projetos recebidos.
Quem também se manifestou sobre o assunto foi o presidente do TCE, Sérgio Ricardo, que avalia que a rescisão do contrato com o Consórcio BRT é a melhor solução para o fim do impasse e para que as obras sejam finalizadas o mais rápido possível.
"Essas três empresas que assumiram essa obra definitivamente não têm condição de tocar e nem de terminar essa obra. Eu entendo que o caminho é o Governo rescindir com essas três empresas, fazer um emergencial e trazer uma empresa que comece e termine, com um prazo para começar e para terminar", recomendou Sérgio Ricardo.
"Aqui nós temos uma prioridade máxima que é a população. Essa obra está perturbando, está incomodando, ela já devia estar pronta. Essa obra é uma obra simples. É jogar concreto em cima de uma rua que já estava pronta", enfatizou o presidente do TCE.