O ex-vereador Ralf Leite alegou à Justiça "profundo impacto emocional" para não pagar uma condenação de R$ 201 mil por nepotismo. A condenação é de 2018, por ele atuar atestar falsamente que não possuía grau de parentesco com nenhum servidor da Assembleia Legislativa para assumir um cargo no gabinete do Coronel Taborelli.
Na época, Ralf alegou que não tinha vínculo com outros servidores, porém seu pai trabalhava no mesmo gabinete, o que é proibido pela Legislação. Para burlar o sistema, ele assinou um atestado em que afirmava não existir nenhum vínculo com funcionários da Assembleia.
O recurso foi julgado pela desembargadora Maria Erotides Kneip, que negou o pedido e manteve a condenação por falta de elementos que comprovem o real prejuízo na obrigação de pagar os R$ 201 mil.
Segundo Ralf, a decisão causou um "grave dano de difícil reparação" e ainda que o valor cobrado é três vezes maior do que o que ele recebeu na época. Além disso, está sem carro por causa do bloqueio de bens e teve o nome negativado em cadastros de crédito.
"No caso concreto, não há elementos suficientes que justifiquem a concessão da tutela recursal de forma antecipada, uma vez que a decisão recorrida não analisou os pedidos do agravante, apenas os postergou para momento processual oportuno", diz trecho da decisão.
E ainda "no que tange à alegação de prejuízos emocionais e dificuldades financeiras, ainda que compreensíveis, tais fatores não se enquadram no conceito jurídico de periculum in mora apto a justificar a suspensão da decisão agravada. Para a concessão da tutela antecipada, exige-se risco de dano grave e irreparável diretamente relacionado ao objeto da lide, o que não restou demonstrado de forma inequívoca".