Um shopping localizado na Avenida do CPA fechou um acordo para se livrar de uma condenação por racismo em uma loja do estabelecimento. Os administradores terão que pagar R$ 700 mil e não precisarão se retratar sobre o caso.
Foi em junho de 2021 que ocorreu o caso de racismo. Um homem comprou um par de sapatos em uma loja e pagou pelo produto. No entanto, quando saia do local foi abordado por cinco seguranças, mas, como não achou a nota fiscal, acabou agredido.
A vítima foi empurrada por um dos seguranças e acabou com uma lesão no tornozelo direito. Ele só foi liberado pelos seguranças quando seu chefe chegou ao shopping e brigou com os funcionários. Depois ele achou a nota fiscal e voltou ao local para comprovar a inocência.
A ação indenizatória foi proposta pela Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro) e o Centro Santo Dias de Direitos Humanos. Inicialmente o valor a ser pago era de R$ 300 mil, porém, as entidades não aceitaram e a Justiça mediou para o aumento para R$ 700 mil.
Dos R$ 700 mil, R$ 100 mil serão destinados aos honorários advocatícios das entidades autoras do processo. O restante será destinado pelas instituições a ações voltadas ao combate ao racismo e discriminação, além de capacitação para acesso de pessoas negras ao mercado de trabalho.
Apesar da vitória das entidades junto à Vara Especializadas em Ações Coletivas, com o acordo administradora do shopping não precisará reconhecer publicamente a culpa pelo caso e não confessarão a prática discriminatória.
