Pouco mais de um mês após o pedido de recuperação judicial à Justiça, o Grupo Safras, que tem sede em Mato Grosso, conseguiu o deferimento da recuperação judicial. A decisão foi dada pela juíza Giovana Pasqual de Melo, da 4ª Vara de Sinop (500 km ao norte de Cuiabá), nesta terça-feira (20). As empresas acumulam mais de R$ 2 bilhões em dívidas.
O Grupo atua nos segmentos de armazéns, agroindústria e cultivo de grãos. As empresas alegam que as dificuldades financeiras se agravaram em 2023, por fatores como a queda do preço da soja, dificuldades para conseguir empréstimos, os altos gastos na compra da atual Safras Agroindústria, além dos prejuízos causados pela seca severa enfrentada em Mato Grosso.
Em maio deste ano as empresas já haviam conseguido a antecipação do período de blindagem, que suspendeu os bloqueios judiciais sobre as contas bancárias diante do risco da interrupção das atividades por falta de recursos.
"Ressalto que o Ministério Público, atuando como fiscal da lei, participou ativamente dessa fase processual e não vislumbrou a existência de impeditivo ao pedido", diz trecho da decisão.
Conforme determinação da juíza foi nomeada uma administradora judicial e o grupo terá um prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial que deve ser aprovado pelos credores, que terão 15 dias para apresentarem suas habilitações ou divergências quanto aos débitos.
"Acolho a manifestação do Ministério Público para advertir as partes — devedores e credores — para que busquem soluções consensuais por meio dos mecanismos de mediação e conciliação disponíveis. Concito-os, ademais, a atuarem com estrita boa-fé processual, abstendo-se de utilizar o processo para finalidades distintas do soerguimento empresarial", enfatizou ainda a magistrada.