Domingo, 22 de junho de 2025
informe o texto

DENÚNCIA

Sindicalista afirma ter sido ameaçado por ex-secretário do governador; acusado diz sofrer racismo

O militar nega as afirmações e diz que sofreu "racismo estrutural" por ser negro.

Foto: Reprodução

Sindicalista afirma ter sido ameaçado por ex-secretário do governador; acusado diz sofrer racismo
A denúncia sobre as fraudes nos empréstimos consignados no MTCard, através do banco Capital Consig ganhou um novo capítulo com a denúncia do presidente do Sindicato dos Servidores da Área Meio de Mato Grosso (Sinpaig), Antônio Wagner, de que foi ameaçado e intimidado pelo ex-chefe da Casa Militar de Mauro Mendes, o policial militar coronel E.H.S.. O militar nega as afirmações e diz que sofreu "racismo estrutural" por ser negro.

A informação foi revelada pelo sindicalista em entrevista à Rádio Cultura. Segundo Antônio Wagner, depois que as fraudes foram denunciadas ao Governo do Estado. "Tivemos a visita de um coronel, dentro do sindicato, com o diretor do banco. Veio a conversa, que para mim soa como uma ameaça, de que quem opera esse banco é um coronel. Esse coronel é uma pessoa influente, é uma pessoa perigosa (...) aí a gente fica preocupado. 

Segundo o presidente do Sinpag antes da "visita" intimadora, eles já haviam recebido a proposta de que receberiam o dinheiro de volta 400 servidores, desde que fosse esquecida a denúncia que envolvia o prejuízo a 12 mil funcionários públicos.

A denúncia em questão, feita à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag) é de que o banco oferecia supostos empréstimos consignados quando na verdade os servidores contratavam um cartão de crédito consignado com juros exorbitantes que chegavam a 1.000%.


Dias depois da visita do primeiro policial militar, o próprio coronel Henrique compareceu a uma assembleia geral do sindicato em dezembro de 2024. Ele está aposentado há cinco anos e atua como advogado.

"Eu acho que até como maneira de me proteger, eu preciso dizer isso, esteve dentro do nosso sindicato e nós temos fotos do coronel E.H.S. da reserva. Foi o primeiro chefe da Casa Militar [de Mauro Mendes], vai para a reserva em 2020, o banco passa a operar em 2021. Não sei se ele foi lá como visitantes ou foi como uma maneira de nos intimidar. Fato é que ele esteve presente e depois dessa fala dessa pessoa para a nossa advogada, aí a gente levou a sério aquilo com ameaça", contou Wagner na entrevista.

Racismo

Ao site PNB Online, o coronel negou ter ameaçado ou intimidado os representantes do sindicato, os quais acusou de racismo. "Estou sendo vítima duas vezes dele [Antônio Wagner]. A primeira por um preconceito por ser policial militar da reserva e achar que é segurança, é matador. E também de racismo estrutural por ser negro já tem a imagem do violento, do matador. Em nenhum momento ele pensou na possibilidade de eu ser um advogado do camarada. É evidente para mim a ofensa pelo fato de falar que sou um jagunço, é racismo estrutural, sou uma pessoa que estou na reserva e posso fazer o que eu quiser".

Segundo o PM ele esteve na assembleia como advogado da Capital Consig para esclarecer aos servidores os procedimentos realizados e como as falhas seriam corrigidas. E ainda que seu contrato com o banco durou quatro meses e depois foi encerrado.
 
 
 
Sitevip Internet