Entre as propostas que surgiram na primeira reunião da mesa técnica que investiga as fraudes nos empréstimos consignados de mais de 12 mil servidores, o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Sérgio Ricardo, sugeriu que apenas bancos oficiais que tenham sede em Cuiabá possam oferecer esse tipo de serviço para os servidores públicos. O caso veio à tona após denúncia de sete sindicatos sobre as irregularidades nos empréstimos concedidos pela Capital Consig, com juros que chegavam aos 1.000%.
"A nossa propositura é que qualquer empresa e os bancos que forem participar e emprestar dinheiro têm que ter sede em Cuiabá para que o servidor possa, em qualquer dúvida, reclamar, ver diretamente o processo, ter em mãos o processo que assinou", explicou Sérgio Ricardo.
A questão atende à denúncia dos servidores de que na Capital Consig a instituição se nega a fornecer a cópia dos contratos, o que é direito do cliente nas relações de consumo. Outro problema apontado pelos sindicatos é que os servidores eram enganados e acreditavam estar contratando um empréstimo consignado, quando na verdade adquiria um cartão de crédito consignado, o que possibilitava os juros exorbitantes.
Apesar da proposta, o presidente do TCE entende que ainda é preciso diálogo para se fazer essa alteração. "Nós vamos ouvir o servidor, se concordam em retirar todas essas empresas que fazem empréstimos e só emprestar dinheiro em consignado, o Banco do Brasil e os bancos oficiais".
Como parte dos trabalhos o TCE já analisa um documento fornecido pelo Governo do Estado em que constam o nome dos servidores, o valor de cada empréstimo e quanto é pago por mês de parcela. "Já recebemos esse relatório, que tem mais de 4 mil páginas, e estamos estudando os dados para discutir com profundidade".