O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decidiu, por unanimidade, manter em liberdade o fazendeiro Claudecy Oliveira Lemes, acusado de promover o maior desmatamento químico já registrado no Pantanal. A decisão foi tomada pela 4ª Câmara Criminal, que rejeitou o pedido do Ministério Público do Estado (MPE) para decretação de prisão preventiva e adoção de medidas mais rígidas contra Lemes e outros dois réus.
Além de Claudecy, também são acusados o engenheiro agrônomo Alberto Borges Lemos e o piloto Nilson Costa Vilela. Segundo o MPE, os três são responsáveis por danos ambientais irreversíveis que afetaram mais de 81 mil hectares de vegetação nativa em áreas protegidas do bioma pantaneiro, com prejuízos estimados em R$ 3 bilhões.
O MPE recorreu de decisão anterior que havia determinado apenas medidas cautelares diversas da prisão. No recurso, pedia não só a prisão dos investigados, mas também o monitoramento com tornozeleira eletrônica, afastamento da atividade econômica, e a alienação antecipada do rebanho de bovinos nas fazendas investigadas.
De acordo com a investigação da Operação Cordilheira, Claudecy teria financiado e ordenado a aplicação irregular de agrotóxicos em suas propriedades com apoio técnico de Lemos. Já Vilela seria o responsável por pilotar as aeronaves que realizaram as pulverizações ilegais, provocando o desfolhamento da vegetação e impedindo a regeneração natural da área.