06/09/2022 - 10:22
Nesta semana, a Petrobras anunciou um novo aumento no preço do diesel, que será repassado a R$ 8,87 para as distribuidoras. Em 12 meses, os preços do combustível cresceram cerca de 60% e causaram impacto principalmente no setor de transporte. As consequências podem ser vistas nas transportadoras, que estão cada vez mais em busca da recuperação judicial.
Segundo o site O Globo, apenas o escritório de advocacia de Mato Grosso Frange Advogados viu dobrar esse tipo de processo em sua pasta de clientes.
O preço do diesel tem pesado no bolso das transportadoras, que tem se endividado para tentar manter os serviços. Enquanto o diesel subiu mais de 60%, o preço do frete teve um reajuste de apenas 30%, o que complicou ainda mais a situação das empresas e dos caminhoneiros autônomos.
Escritório especializado nessa área, a Frange Advogados viu em 2022 o aumento dessa demanda, que chegou a dobrar. 'Em tempos normais, teríamos, no máximo, 15 processos do tipo', explica a advogada Camila Crespi, da Frange Advogados. Atualmente a firma está tocando 30 casos de recuperação judicial de transportadoras.
Segundo a reportagem de O Globo, alguns desses casos envolvem centenas de milhões de reais, como o da empresa mineira Expresso TS, que declarou R$ 90 milhões em dívidas e teve a recuperação judicial aprovada em abril.
Além da alto do dieses, a advoga explica que um outro fator também foi decisivo para a 'enxurrada' de recuperações judiciais no setor: o aumento no preço das peças de reposição.
'Sistemas de suspensão e freios chegaram a sofrer aumento apurado de mais de 200%', enfatiza Crespi. E, enquanto os custos crescem, o preço do frete não tem acompanhado essas altas, o que causou desequilíbrio financeiro em muitas transportadoras.