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DO J1

12/03/2024 - 15:23 | Atualizada: 12/03/2024 - 16:57

Advogados presos patrocinam defesa de membros do CV em centenas de ações; nomes

Outros dois advogados presos na Operação Gravatas, deflagrada nesta terça-feira pela Delegacia de Tapurah, são Hingritty Borges Mingotti e Tallis de Lara Evangelista. Ambos são radicados em Cuiabá.

Inclusive, a Polícia Civil fez uma retificação e informou que os R$ 100 mil em dinheiro vivo apreendido com um dos alvos ocorreu nos endereços ligados a Hingritty. 

O grupo de advogados é acusado de usar o argumento de patrocinar a defesa para atuar em prol de facção criminosa instalada no Estado. Além dos advogados, o soldado da Polícia Militar, Leonardo Qualio, está entre os presos.

Em rápida consulta ao PJe, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, é possível visualizar que Mingotti tem diversos clientes na área criminal na comarca de Tapurah. São acusados de tráfico de drogas, associação para o tráfico, roubo majorado, tortura e até homicídio qualificado.

Tallis também tem dezenas de clientes com acusações parecidas. Inclusive, numa das ações, patrocina defesa junto com Hingritty.

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OPERAÇÃO GRAVATAS

A operação cumpre nesta terça-feira 16 ordens de prisões preventivas e buscas e apreensões contra quatro advogados, um policial militar e três líderes de uma facção criminosa que estão custodiados no sistema prisional.
 
A investigação da Delegacia de Tapurah apontou a existência de uma organização criminosa com a participação dos advogados e do policial militar. Os relatórios de investigação policial, que reúnem mais de mil páginas, detalham a conduta dos investigados e que cada advogado tinha uma tarefa bem definida em benefício da organização criminosa.

A investigação apontou que os líderes da facção criminosa se associaram de forma estruturalmente ordenada aos quatro advogados, que representavam o braço jurídico do grupo, e havia uma clara divisão de tarefas a fim de obterem vantagem de natureza financeira e jurídica, entre outras, com a prática de crimes como o tráfico de drogas, associação ao tráfico, tortura e lavagem de capitais.

O delegado responsável pela investigação, Guilherme Pompeo, pontuou que o braço jurídico atuou à margem da lei e sem respeitar os princípios éticos que regem a entidade da categoria.

“Não se trata da instituição democrática do direito de defesa em essência, que encontra respaldo nos direitos fundamentais da Constituição da República, mas sim de verdadeira associação voluntária dos juristas à organização criminosa”, salientou.

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APREENSÕES

Durante o cumprimento dos mandados foram apreendidos, na casa de uma advogada em Cuiabá, em torno de R$ 100 mil.

As ordens de prisão e de buscas contra os presos já custodiados foram cumpridas no Sistema Penitenciário em Cuiabá.

O cumprimento das ordens judiciais contra os advogados foi acompanhado pelo Tribunal de Prerrogativas da OAB-MT.
 
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